Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão — esta pantera —
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente invevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
o beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Recomendação Pessoal: Eu, o único livro de poesia do paraibano Augusto dos Anjos, publicado em 1912 no Rio de Janeiro. O autor mistura simbolismos e muitas vezes expressões cientificistas, utilizando alguns termos que causavam repulsa a grande parte dos leitores da época. Atingiu um grande sucesso apenas após a sua morte.
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