Ela sofre com os aidéticos e as epidemias.
Não se engane com a fisionomia alegre dos falsos espirituais.
Ela não tem teto e vive a procura de um pedaço de terra.
Não procure nos grandes templos.
Ela perambula nas cracolândias da vida.
Não fique decepcionado se não encontrar.
Ela está nas lágrimas de sangue, suor e dor.
Não busque este caminho espiritual nas nuvens.
Ela caminha nos becos, vinhelas e favelas.
Esqueça a espiritualidade da condenação.
Ela se faz presente no olhar carinhoso e no aperto de mão
Apague os caminhos espirituais do fanatismo e da discriminação.
Ela não tem sexo, religião, etnia, classe social ou política.
Não exija uma experiência extraordinária.
Ela acontece no ordinário da vida.
Não pinte o seu rosto ou o seu caminhar.
Ela vive com os índios, os negros e marginalizados.
Não busque em livros ou ritos.
Ela não se deixa aprisionar em teologias ou dogmas.
Não tente aprisioná-la em crenças ou igrejas.
Ela ultrapassa os muros da religiosa.
Não tenha medo de procurá-la nas grandes metrópoles.
Mas não se esqueça de contemplá-la na zona rural e nas aldeias.
Veja o brilho dos seus olhos no verde das florestas e nas aves.
Mas saiba ouvir o seu grito de morte na poluição dos rios.
Não busque uma espiritualidade silenciosa
Ela grita na vida dos presidiários e drogados.
Não procure a espiritualidade nos templos televisivos.
Ela caminha com o mendigo no silêncio da noite
Fuja das promessas espirituais dos marqueteiros da religião
Ela silencia na dor dos índios e na saudade dos migrantes.
– Contatos: Twitter, Site e Facebook.
– Escrito no Convento do Carmo, São Paulo, 05 de julho-2012.
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