Os zumbis são meros coadjuvantes de uma história que foca muito mais na perda de algo que não imaginávamos ser tão vulnerável: a nossa civilização. A cada episódio a sociedade humana vai se perdendo, as situações extremas da série vão conduzindo as pessoas a tomarem decisões cada vez mais questionáveis, trata-se de uma questão de sobrevivência tanto externa como interna. O perigo do lado de dentro do grupo pode ser tão intenso quanto fugir de uma horda de zumbis famintos.
Na prática, The Walking Dead nos mostra como nos tornamos frágeis e dependentes.Vivemos em uma confortável e cômoda situação onde obtemos tudo que precisamos de forma prática e eficiente, temos acesso a mantimentos, medicamentos, informação, conforto, segurança, mas o que acontece quando isso nos é tirado repentinamente e somos largados a nossa própria sorte e capacidade, o que um advogado, um analista de sistemas, um entregador de pizza e uma dona de casa podem fazer diante de tudo isso? O que é que temos, fazemos ou aprendemos que de fato vai fazer diferença nesta situação?
Eu digo que é a determinação e instinto de sobrevivência, cada passo na jornada do grupo nos leva ao encontro dos instintos mais básicos e primitivos que estavam escondidos bem lá no fundo de cada um. Fora o acúmulo da dor das constantes perdas que certamente irão estourar hora ou outra, traumatizando ainda mais os envolvidos.
Esta temporada (a terceira) reserva emoções ainda mais intensas, novamente o grupo irá desfrutar de uma condição confortavél, tal qual na fazenda, e depois se depararão com uma nova e artificial estrutura social, uma comunidade estranhamente funcional, que se revelará ser baseada na mais antiga forma de imposição da ordem, que é a força aliada ao poder e ao medo, representada pela figura do mais novo personagem da trama, o Governador.
Será que existe organização social em uma situação tão precária? O quê restará de civilização conforme a trama de The Walking Dead for se desenrolando?
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